Carrapatos
São os CARRAPATOS descritos em Zoologia na Ordem dos Acarina, e
encontram-se difundidos por toda a Terra, e concomitantemente à sua atividade
hematófaga, intervém também como transmissores de muitos outros agentes
causadores de doenças, como vírus, bactérias, protozoários e riquétsias,
funcionando portanto como vetores de doenças, tanto aos animais como ao homem.
Geralmente têm a forma oval, e quando em jejum são planos no sentido
dorso-ventral, porém quando repletos de sangue de seus hospedeiros, pois é o
sangue seu alimento, apresentam-se então convexos e até esféricos.
Algumas espécies podem ter até
Algumas espécies permanecem toda vida adulta sobre seus hospedeiros, e
por isso classificados como parasitas permanentes, outros o abandonam após
haverem sugado sangue e então são classificados como parasitas temporários,
melhor dizendo, ectoparasitas temporários, pois vivem na cobertura pilosa dos
mamíferos, seus hospedeiros, apenas parte de seus ciclos biológicos de vida.
Os danos que podem causar à saúde de seus hospedeiros são de:
Natureza espoliativa - pela quantidade de sangue que podem
retirar no ato de sugar, o que é diretamente proporcional não só a quantidade
de carrapatos presentes sobre o hospedeiro, como também à sua voracidade e
tamanho;
Ação tóxica - causada pela natureza da saliva dos
carrapatos, que para sugarem sangue por assim dizer injetam sua própria saliva
no ponto em que introduzem seu aparelho sugador, para impedir a coagulação do
sangue de suas vítimas, e essa saliva muitas vezes pode causar ação não apenas
irritante como também tóxica ou alérgica;
Ação patogênica - conseqüente à possibilidade que
existe de se encontrarem infectados por agentes outros causadores de
enfermidades, tais como vírus, riquetsias, etc. e então transmitirem junto à
picada também moléstias outras;
Concomitantemente ao
parasitismo por carrapatos, evidencia-se uma imunidade específica nos animais
atacados, estando os animais velhos mais protegidos que os jovens, e os
importados menos que os autóctones de uma determinada região, a uma determinada
espécie também de carrapato.
Dentre as espécies
mais comuns, podemos citar:
Argas - Com o denominado A. persicus,
que ocorre em todo o Brasil, e parasita preferencialmente aves domésticas e
selvagens, além do homem. É o transmissor para as aves, da Espiroquetose aviar.
Transmite também a pombos, infecção paralítica (Salmonella typhimurium),
que pode permanecer latente vários meses nesse parasita.
Dermacentor - Neste gênero, está incluído o:
Dermacentos marginatus - Hospedeiro do cavalo, cão e ovelha, é
encontrado na Alemanha e zonas pantanosas do Hesse, além da Hungria, onde é
apontado como transmissor da Piroplasmose esporádica do cavalo (Babesia
caballi).
Dermanyssus gallinae - Vulgarmente chamado de ácaro vermelho das
aves, vive geralmente em galinheiros sem higiene, atacando pombos e galinhas,
além de faisões, patos, gansos e aves canoras engaioladas; Durante o dia
permanecem escondidos em fendas das instalações onde as aves se alojam, para
saírem à noite, para saciarem seu apetite de sangue, retornando a seus
esconderijos quando o estômago estiver cheio.
Haemaphysalis - Encontrado na Alemanha e no Oriente Médio, sendo
o transmissor da Febre Q.
Hyalomma - Geograficamente encontrados na África, Ásia e região
mediterrânea da Europa, na maioria dos casos utilizam-se de dois hospedeiros,
principalmente cães e outros carnívoros e são transmissores da babesiose ao cão
e aos eqüinos, assim como a Teileriose.
Ornithodorus - Este parasita localiza-se quase sempre no pavilhão
auricular de seus hospedeiros, e lhes transmite a febre recorrente, causada por
um espiroqueta e também a Febre das Montanhas Rochosas (Riquetziose) nos EUA.
Rhipicephalus - O exemplar mais importante desse gênero, é o
Rhipicephalus sangüíneas transmissor da Teileriose e Piroplasmose ao cão. É
encontrado no Brasil e na África, e em algumas zonas temperadas do mundo.
Ixodes - Encontrado parasitando os mais diversos animais mamíferos, inclusive
aves domésticas e selvagens, répteis e o homem. A ação tóxica manifesta-se
clinicamente por reações cutâneas com prurido e eritema, febre, podendo chegar
até a paralisias com contraturas, algumas vezes podendo ter curso mortal.
A encefalite humana pode ser transmitida inclusive por carrapatos, a
partir de portadores do vírus, tais como toupeira, ratos e aves, ao serem sugados
sangues contaminados.
A espécie Ixodes ricinus - assim como outras espécies do gênero
Dermacentor, são os causadores da moléstia denominada Paralisia por carrapatos,
em várias espécies animais, sobretudo na ovelha e no homem (crianças);
Parece somente terem tal atividade as fêmeas de carrapato, pouco antes
de iniciarem a postura, quando se fixando na região occipital, na proximidade
da coluna vertebral próximo do centro respiratório, podem provocar falta de
coordenação motora no ato de andar, com tombos e mesmo incapacidade de
permanecer em pé, seguindo-se vômitos e até morte do doente.
O diagnóstico da infestação por esse parasita é muito fácil, efetuado
pela simples visualização com vista desarmada desse hóspede, de permeio à
pelagem ou plumagem dos animais, cuja presença também provoca coceira, a qual é
concomitantemente notada nos hospedeiros, esta maior ou de menor intensidade,
de acordo com a sensibilidade individual de cada hospedeiro parasitado. Quando
o parasitismo é pequeno, a aplicação de graxas neutras, óleos ou glicerina,
provocarão a oclusão dos estigmas respiratórios desses hóspedes indesejáveis,
que após algumas horas facilmente se desprenderão dos locais em que estejam
alojados.
Já sendo a infestação em grande quantidade, somente a aplicação de
banhos sob a forma de imersão em banheiras especiais, denominados banheiras
carrapaticidas, ou então a aspersão ou pulverização de substâncias especiais,
denominadas carrapaticidas, poderá efetuar a eliminação desses hóspedes
nocivos.
Até pouco tempo atrás era utilizado o arsênico como carrapaticida, porém
devido os acidentes que ocorreram por incúria na sua aplicação, foi o mesmo
abandonado como meio de tratamento; Algum tempo depois, também o DDT e o BHC,
substâncias essas sintéticas cloradas e fosforadas foram também utilizadas como
carrapaticidas, que também foram abandonadas pela ocorrência de intoxicações e
mesmo mortes em animais tratados, e pelo efeito efetivamente cumulativo no
organismo dessas substâncias.
Hoje, substâncias fosforadas sintéticas como o Assuntol, Trolene,
Ruelene e Neguvon são as mais utilizadas como carrapaticidas em todo o mundo.
Para a prevenção dessa parasitose, os meios que melhor tem funcionado,
são as aplicações sistemáticas de carrapaticidas nos animais. Para tal, as
modernas banheiras carrapaticidas, quer de imersão, quer de aspersão ou
pulverização, são os melhores; As aplicações, devem guardar um intervalo
característico para cada espécie animal, assim como ter-se em conta a espécie
do carrapato a ser exterminado ou controlado.
Em se tratando de cães ou gatos parasitados por carrapatos, deve ser
tomado especial cuidado na prescrição do inseticida a ser utilizado para seu
combate, pelo fato de serem tais animais carnívoros, e por isso especialmente
sensíveis às substâncias sintéticas cloradas ou fosforadas usualmente fabricadas
para referida utilização. Além desse cuidado, redobrada atenção durante a
aplicação do inseticida é também indicada, evitando-se que o animal ingira ou
aspire o produto na hora de sua aplicação, sob pena de intoxicações muitas
vezes graves causadas por tais produtos quando acidentalmente absorvidos.
Quando a infestação for leve, existem no mercado produtos específicos
para cães e gatos, aplicados na forma de pulverização por todo o corpo do
animal ou diretamente na nuca do mesmo, que se seguidas devidamente as
instruções, não oferecem riscos de intoxicação ao animal.