Obesidade
A obesidade é um
problema muito comum nos cães e representa cerca de 40% dos animais levados à
clínica veterinária. Ela costuma afetar mais as fêmeas do que os machos e pode
ser definida como um acúmulo excessivo de gordura no corpo e não apenas um
excesso de peso, pois este pode ser ocasionado devido a uma retenção de água ou
uma grande massa muscular.
Algumas raças
podem sofrer mais desse problema do que outras. Algumas que devem receber mais
cuidados são o labrador, rottweiler, beagle, basset hound, bulldog, cocker
spaniel e dachshund.
Atualmente, a
verticalização das cidades (prédios) e a falta de tempo disponível do dono do
animal levam ao sedentarismo, pela restrição a exercícios no animal. E
somando-se a isso, temos ainda a ingestão acima do normal de calorias e a
predisposição genética.
Entretanto,
estima-se que 25% dos cães sofram de disfunções hormonais (por exemplo:
hipofunção da tireóide ou da adrenal) e 15% tenham a chamada "obesidade do
estresse", que ocorre por falta de atividade, por solidão e até por
carência de atenção, o que leva o cão a consumir alimentos em excesso como
forma de aliviar a tensão (é o cão insaciável).
A obesidade causa
sérios problemas ao animal, tanto a curto como a longo prazo. Na primeira
hipótese há a baixa tolerância a exercícios físicos, e na segunda:
- Afecções
osteoarticulares;
- Problemas cardiopulmonares;
- Patologias nas funções reprodutivas;
- Predisposição ao diabetes;
- Predisposição a enfermidades infecciosas e transtornos dermatológicos;
- Altos riscos cirúrgicos.
Confira na tabela
abaixo a graduação de condição corporal para caninos.
Cães
subalimentados
Grau 1: costelas,
vértebras lombares, ossos pélvicos e saliências ósseas visíveis à distância;
Não há gordura corporal;
Perda evidente de massa muscular.
Grau 2: costelas,
vértebras e ossos pélvicos facilmente visíveis;
Não há gordura palpável;
Algumas saliências podem estar visíveis;
Perda mínima de massa muscular.
Grau 3: costelas
facilmente palpáveis podem estar visíveis sem gordura palpável;
Visível o topo das vértebras lombares;
Ossos pélvicos começam a ficar visíveis;
Cintura e reentrâncias abdominais evidentes.
Grau 4 (ideal):
costelas facilmente palpáveis com mínima cobertura de gordura;
Vista de cima, a cintura é facilmente observada;
Reentrância abdominal evidente.
Grau 5: costelas
palpáveis sem excessiva cobertura de gordura;
Abdômen retraído quando visto de lado.
Cães
Sobrealimentados
Grau 6: costelas
palpáveis com leve excesso de cobertura;
Cintura é visível quando vista de cima, mas não é acentuada;
Reentrância abdominal aparente.
Grau 7: costelas
palpáveis com dificuldade;
Pesada cobertura de gordura;
Depósito de gordura evidente sobre a área lombar e base da cauda;
Ausência de cintura ou apenas visível;
Reentrância abdominal pode estar presente.
Grau 8: impossível
palpar as costelas situadas sob cobertura muito densa ou palpável somente com
pressão acentuada;
Pesado deposito de gordura sobre área e base da cauda;
Cintura inexistente;
Não há reentrância abdominal, podendo existir distensão abdominal evidente.
Grau 9: maciços
depósitos de gordura sobre o tórax, espinha e base da cauda;
Depósitos de gordura no pescoço e membros;
Distensão abdominal evidente.
Prevenção
Como prevenção recomenda-se uma dieta balanceada, de acordo com o porte do cão,
a idade e atividade física. Além disso, seguir rigorosamente as indicações do
fabricante quanto à quantidade de ração a ser fornecida e fazer com que o cão
faça exercícios regularmente. O proprietário precisa convencer-se do estado de
obesidade de seu cão. (o costume de dizer que cão gordo é um cão bem tratado é
coisa do passado).
Tratamento
O médico veterinário deverá ser consultado para avaliar o animal e identificar
possíveis problemas de ordem hormonal, bem como indicar a ração adequada e as
necessidades diárias e também indicando os exercícios físicos (caminhada,
esteira, natação, hidroterapia).
Independente do
resultado da avaliação médica, o proprietário deverá seguir as dicas abaixo
relacionadas para diminuir o peso do animal.
- Verificar se as
vacinas estão atualizadas;
- Levar o animal para passear regularmente;
- Evitar dar remédios sem orientação do profissional médico veterinário, pois
alguns remédios aumentam o apetite e podem piorar o problema do animal;
- Não deixar o animal por perto durante as refeições da família para que ele
não receba alimentação extra ou inadequada;
- Fornecer dietas ou ração balanceadas em quantidade suficiente e de acordo com
o porte do cão. Atualmente existe no mercado, ração balanceada com baixa
quantidade de carboidratos e de gorduras para animais em regime alimentar;
- Fracionar a ração ao longo do dia para que o cão tenha sempre a sensação de
estar saciado, isto é, em vez de dar 300g de uma só vez, fornecer três
refeições de 100g;
- Dispensar as guloseimas: biscoitos pela manhã, pedaços de queijo à tarde,
bifinhos à noite. Estes petiscos são utilizados de forma incorreta. Na verdade,
foram criados para serem dados ao cão durante o treinamento, como prêmios, como
um incentivo ao aprendizado. Sabe-se que biscoito algum faz o milagre de limpar
os dentes. O que limpa é a ação mecânica de roer ossos ou a escovação
periódica;
- Fazer com que o cão faça exercícios regularmente;
- Evitar doces, massas, frituras, alimentos temperados e gorduras para o
animal. Cães e gatos devem comer dietas corretas. Manter uma alimentação não
balanceada, além de acarretar obesidade, é muito prejudicial à saúde e ao
bem-estar do animal.